Num tempo de acelerada mudança, quando a emergência central de poderes não institucionais produz um discurso e uma prática de deslegitimação das instituições que exercem qualquer forma de autoridade, a Justiça e as suas instituições são, paradoxalmente, recolocadas no centro, como último refúgio dos valores individuais. No seio desta tensão política, como actor e interveniente de primeiro plano numa sociedade que reclama democracia jurídica, emerge o papel do juiz hoje: complexo, multifacetado, com dimensão técnica pelo conhecimento mas simultaneamente espiritual pelo acto de julgar.